Mesmo sendo muito mais novo, parte daqui um pedido de reflexão à sua experiência
Querido colega de imprensa, escrevo estas linhas não como um ataque, mas como um pedido de reflexão. Há seis anos, desde minha estreia na televisão, venho sendo alvo de desmentidos constantes de sua parte. Nunca o conheci antes, nunca tivemos um contato pessoal. Minha primeira matéria televisiva já recebeu um desmentido seu, e desde então, essa prática se repetiu, em casos que o tempo e os fatos mostraram serem verdadeiros. Foram assim as notícias sobre diversos nomes, que não cabe mais citar por ser de conhecimento geral. Todas inicialmente contestadas por você, e depois confirmadas. Em todas essas situações, não se tratou de uma divergência saudável entre profissionais. Divergência constrói o jornalismo; ódio, não. Digo isso com autoridade jornalística, pois quando você me sugeriu ao vivo, em rede nacional, “pegar o telefone e ligar para os dois” para comprovar que estava tudo bem (no caso de dois apresentadores) eu fiz exatamente isso. Mas a ironia é que quem não fez foi você. Isso por si só versa sobre o tipo de jornalismo divergente que fazemos. Um, procura agradar amigos e familiares. O outro não tem essas amarras. Nesse tom, em vez de buscar apuração própria, preferiu usar seu espaço para me expor como mentiroso. E logo depois tudo se confirmou. Lembro também do episódio em que, após 9 meses sendo desmentido por você, a contratação da Eliana pela Globo se confirmou. Enviei-lhe uma mensagem pelo celular lembrando da sua postura, e recebi como resposta: “Você sabe quem eu sou? Eu sou o xxx rapaz!!!” Essa frase ecoa até hoje na minha memória como o retrato de um jornalismo que se coloca acima das pessoas, e não ao lado delas. Essa telinha está guardada até hoje no meu celular. Respondi, à época, que pouco importava quem você era, porque para mim, o que deveria importar é o compromisso com a verdade e com o respeito mútuo. O que me intriga é o motivo de tamanha insistência. Credibilidade não se defende atacando a credibilidade dos outros. A imprensa brasileira é rica, plural e precisa de todas as vozes. A minha, assim como a sua, tem espaço e valor. Essa é uma reflexão que você já deveria ter feito a essa altura da vida. Ainda dá tempo.
