Hugo Motta vira o maior capital político contra a Justiça e ataca à democracia brasileira
O discurso proferido ontem pelo presidente do Congresso, Hugo Motta, não é apenas cínico. Ao afirmar que a corrida das votações na Câmara deve ser feita para “pacificar o país”, Motta veste a capa de estadista ao mesmo tempo em que segura e empurra a estaca contra o coração da justiça brasileira. Trata-se de um movimento clássico de erosão institucional: manipular a ideia de conciliação para, na prática, corroer a legitimidade das decisões judiciais. Isso não é ponte para a paz, mas sim arma de vingança contra a ordem jurídica.
Motta se apresenta, neste cenário, como mentor de um golpe de dentro da própria Câmara. Enrolado até a alma em sua vida pública, vislumbrou um destino de vulnerabilidade sem a chamada PEC da blindagem. E por isso acelerou todos os projetos que, ao mesmo tempo em que tenta salvar os golpistas, abre caminho para sua própria autopreservação política. Não cabe aqui destrinchar os inúmeros fatores que podem levar Motta ao banco dos réus, isso será desvendado pelo tempo. O que cabe, neste instante, é compreender que sua ação imediata tem como consequência direta a subversão da autoridade da justiça.
O gesto é ainda mais perverso porque veio acompanhado de uma traição deliberada. O chamado “Drácula da Câmara” enganou o país ao conceder entrevistas repetindo, até semana passada, que a anistia não seria pautada. E, de uma noite para o dia, sem qualquer debate público, fez exatamente o contrário. É o movimento do político que não apenas abandona compromissos com o governo, com seus eleitores, com sua própria palavra, e que apunhala a sociedade nas costas. Sua lealdade não é com o povo, não é com a Constituição, não é com a democracia, mas com os corruptos, aqueles que ainda sonham em apagar seus crimes pela via da manipulação legislativa.
Ao trair o governo e a nação, escolheu um campo inequívoco: o da insurgência contra a justiça. Ele não representa mais a função de presidente do Congresso, mas a encarnação de um projeto de desmonte institucional. A ciência política nos ensina que os ataques mais eficazes à democracia não se dão necessariamente pelos tanques nas ruas, mas pelos homens engravatados que, sob o pretexto da conciliação, minam as vigas mestras do Estado de Direito. Motta, nesse sentido, se ergue como o maior inimigo da justiça nacional. Seu gesto é tão grave quanto os próprios golpistas.
Diante disso, o Brasil não ficará inerte. No próximo domingo, uma manifestação levará multidões às ruas, denunciando um Congresso podre, sujo e indigno de sua função histórica. O recado será inequívoco: nenhum Drácula sobreviverá à luz do sol democrático. Hugo Motta pode ter certeza de que o destino que lhe aguarda não é a perpetuação no poder, mas o repúdio popular nas urnas. Nas próximas eleições, o país lhe dará o único veredito cabível: um pé na bunda. Será a grande catarse nacional, uma lavagem de alma política diante de quem ousou conspirar contra a justiça brasileira.
