Místico climático rompe com Washington e levanta nuvens sobre contratos governamentais que ninguém entende, mas todo mundo respeita (ou teme)
Em tempos em que o Brasil ameaça um contra-ataque de taxação até a brisa fresca de Miami se for preciso, e Donald Trump resolve nos mirar com olhos de furacão, um personagem inusitado decide se posicionar: A entidade do Cacique Cobra-Coral, não a serpente, mas o místico climático. E espírito acaba de romper 50% das relações espirituais com os Estados Unidos. Isso mesmo: é o primeiro caso documentado de embargo atmosférico por via mediúnica.
A informação não saiu de uma novela das seis, e sim da imprensa tradicional com direito a comunicado oficial. O Brasil, sempre tão inventivo em sua diplomacia não-oficial, parece ter recorrido aos encantamentos para evitar desastres naturais e, se possível, diplomáticos. O detalhe saboroso da história: existem contratos governamentais com o cacique Cobra-Coral para controlar o clima. Sim, o Brasil já teria oficializado o controle meteorológico via reza forte. Chupa, NASA. Ninguém nos barra!
Agora, com o Trump soprando ventos de retaliação e a taxação de 50% nos importados fazendo o povo amaldiçoar até fone de ouvido, o místico resolveu cortar 50% de suas “ações climáticas” nos EUA. Ou seja: não se sabe exatamente o que vai acontecer por lá, mas se chover sapo no Texas, é bom lembrar que o Itamaraty não tem nada a ver com isso. Já o Ministério da Mística, talvez.
O que chama atenção, e merece aplauso, é a habilidade do Brasil de transformar uma crise econômica, diplomática e comercial em um enredo quase tropicalista. Enquanto economistas se debruçam sobre tabelas, há quem acenda vela, feche contrato místico e controle o céu com o poder da vibração. E a pergunta que fica no ar, como nuvem que não chove: que contratos são esses? Pagam por trovão? Existe licitação para ciclone?
No fim das contas, enquanto a gente tenta entender a taxação de 50%, a entidade do Cobra-coral já está três camadas astrais à frente. Talvez a solução para tudo esteja aí: menos tecnocracia, mais tamborim. E se chover, que seja glitter, e com nota fiscal.