Se a previsão do tempo anda caótica nos EUA, talvez agora, com reforço de Alcione, Trump não conseguirá mais acertar a bolinha no buraco do campo de golfe
No palco do É de Casa, Alcione voltou ‘a dar o nome’. Com seu vozeirão de trovão e um sorriso que mistura deboche e divindade, a Marrom soltou uma daquelas frases que fazem o Brasil girar mais leve: “Quando eu sair daqui, vou fazer uma macumbazinha pro Trump.” Foi só uma piada, claro. Mas como toda boa piada, bateu num ponto sensível: se até o Cacique Cobra Coral anda lavando as mãos com os Estados Unidos, talvez um reforço espiritual brasileiro seja mesmo necessário. E se tem alguém capaz de fazer chover granizo seletivo em resort de milionário, essa pessoa é Alcione com seu atabaque astral, claro, na permuta e parceria com a entidade do Cacique Cobra Coral.
É preciso lembrar que o Cacique Cobra Coral não é um personagem do Castelo Rá-Tim-Bum, mas uma entidade espiritual que, segundo sua fundação, atua há décadas ajudando a controlar o clima e a evitar e minimizar catástrofes naturais: uma espécie de meteorologista místico com linha direta para os deuses. Pois bem. Acontece que o cacique, aparentemente cansado de tanto furacão, incêndio e negacionismo climático, resolveu abandonar o volante nos EUA. E justo agora, com Trump se desaquecendo dentro da Casa Branca. Ou seja: o clima vai ferver, literalmente.
É aí que entra Alcione, com sua sabedoria ancestral e senso de timing impecável. Porque, veja, se o Cacique Cobra Coral está passando a bola, nada mais justo que Alcione, sacerdotisa e guardiã da vida do samba, aquela que não deixa o samba morrer e mestra do feitiço do bem, assuma a ponta. Imagina a força desse sincretismo tropical? Uma legião de orixás, passistas e trovões organizados em torno de um despacho geopolítico. Já posso ver a manchete: “Tempestade tropical com cheiro de alfazema interrompe convenção republicana ao som de atabaques que vinham dos céus.” A CIA não vai entender nada.
Brincadeiras à parte, ou nem tanto, o que temos aqui é um lembrete bem-humorado de que o Brasil, mesmo em tempos sombrios, ainda sabe rir com elegância, ironia e fé. Alcione não precisa fazer macumba nenhuma: sua simples existência já desequilibra qualquer eixo maligno. Mas que dá vontade de imaginar uma maré de azar soprando o topete do Trump a partir de uma vela acesa no subúrbio carioca… ah, isso dá. O mundo anda precisando de forças invisíveis que, pelo menos, tenham um pouco de swing.
Enquanto isso, que a gente siga com nossas entidades, nossa Marrom e nosso cacique Cobra Coral. Se o futuro é incerto, que pelo menos ele venha com um tamborim no fundo, uma pitada de dendê. E Trump que se cuide. Alcione avisou.
