Decisão de Trump de revogar sanções a autoridades brasileiras, entre elas Alexandre de Moraes, desmonta a fantasia geopolítica criada pela extrema direita brasileira e expõe a ruína moral de quem jurou fidelidade a outra bandeira.
A recente decisão de Donald Trump ao revogar a chamada “lei magnetística” evocada e celebrada por aliados de extrema direita no Brasil contra Alexandre de Moraes marca o ponto final de uma farsa política que se arrastou por anos. Ainda que o fato tenha sido explorado como amparo jurídico imaginário para narrativas golpistas, sua retirada pelo próprio presidente americano destrói o último pilar simbólico de um movimento que se alimentou de teorias conspiratórias e jamais encontrou respaldo institucional. É um gesto que, no plano político, equivale a desligar a máquina de um delírio coletivo.
Este último episódio demonstra a fragilidade de movimentos que dependem não de instituições, mas de mitos. A extrema direita brasileira construiu seus discursos mais radicais em torno da ideia de que haveria uma espécie de proteção internacional para confrontar o Supremo Tribunal Federal e legitimar afrontas à ordem constitucional. Mas o Brasil não ajoelhou e defendeu de forma exemplar a sua soberania nacional. A retirada dessa “base de apoio” externa fictícia, mas politicamente útil, escancara a falência estrutural de uma estratégia que nunca teve raízes democráticas, apenas slogans e inimigos imaginários.
A situação é ainda mais contundente: ao desaparecer a narrativa que supostamente justificaria ataques ao STF, fica exposta a ilegalidade crua dos atos antidemocráticos promovidos e defendidos por seus porta-vozes. Tudo o que antes era embalado em retórica pseudolegal agora reaparece como o que sempre foi: uma tentativa de insubordinação à ordem constitucional, um ataque frontal ao Estado de Direito e uma grave ofensa ao próprio juramento de lealdade ao país.
É nesse cenário que Eduardo Bolsonaro se torna o símbolo maior da derrota. O deputado que celebrou como ninguém a bandeira dos Estados Unidos na Avenida Paulista no Dia da Independência do Brasil, num gesto de subserviência geopolítica sem precedentes, vê agora seu ato transformado em caricatura histórica. O herói do antipatriotismo, que defendia a tutela estrangeira para atacar instituições nacionais, descobre-se politicamente órfão, sem discurso, sem respaldo e sem narrativa para se sustentar fora da bolha que o idolatrava.
Resta a Eduardo, portanto, o que sobra aos líderes que apostam suas fichas contra o próprio país: a chacota nas páginas da História brasileira. Sua tentativa de protagonismo golpista implode diante da realidade institucional e internacional. E o que se evidencia, no fim, é a completa falência moral e política de quem trocou a própria pátria por um delírio importado e agora se vê reduzido ao papel do ridículo, incapaz de sustentar a própria fábula que ajudou a criar. Seu final é tão previsível quanto as burradas que fez: prisão.
