Bomba criada pela Força Aérea é considerada a maior e mais potente da América Latina, e coloca o Brasil no ranking das potências bélicas não nucleares
Talvez você não saiba, mas existe um projeto chamado de “Trocano”, iniciado em 2004, a partir de uma demanda do Estado-Maior da Aeronáutica e da Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico, que teve, inclusive, execução técnica do Instituto de Aeronáutica e Espaço. A “motivação oficial” incluía dispor de um armamento capaz de interditar grandes áreas e permitir a limpeza de terrenos densamente arborizados, abrindo espaço para operações militares e até pousos de aeronaves de asa rotativa em locais antes inacessíveis. Mas, deixando o romantismo de lado, segundo relatórios oficiais, trata-se de uma bomba termobárica com carga explosiva de 9.000 kg de tritonal, capaz de gerar um raio de destruição de 360º estimado em cerca de um quilômetro. O armamento foi projetado para ser transportado por aviões C-130 Hércules, sendo lançado até o alvo.
Internacionalmente, antes que você menospreze o Trocano, aviso que ele é comparado à MOAB, dos Estados Unidos, e à FOAB, da Rússia. Ele ficaria atrás da russa, que tem 11.000 kg de explosivo, mas superaria a versão norte-americana, com 8.150 kg, em poder de destruição. Por essa razão, passou a ser apelidado de “Mãe de todas as bombas brasileira”. Em 2011, a Força Aérea Brasileira confirmou a existência do projeto e informou que o Trocano recebeu certificação de produto aeronáutico aprovado, além de homologação para integração à aeronave C-130. Isso indica que o desenvolvimento atingiu requisitos técnicos significativos. A revelação do Trocono coloca a indústria bélica nacional em um patamar estratégico inédito, já que bombas termobáricas produzem efeitos devastadores em áreas povoadas e ecossistemas sensíveis.
