Sanção valerá para todo solo nacional, em cada esquina, em cada restaurante, em cada local público que o ‘parlamericano’ pisar ou tentar frequentar
Os Estados Unidos têm a sua Lei Magnitsky, mas o Brasil, sempre criativo, já está ensaiando sua própria versão: a Lei Brasilcaramelitsky. Diferente da americana, que age nos bastidores da diplomacia e do sistema financeiro, a nossa é mais simples, mais direta e infinitamente mais eficaz: age na mesa do bar, no balcão do restaurante e na fila do iFood.
De acordo com fontes populares espalhadas em cada bairro desse Brasil, segundo o texto em redação da lei, assim que Eduardo pisar em território nacional, o primeiro parágrafo já entra em vigor: “Qualquer cidadão poderá sancionar o réu moralmente rejeitado”. Na prática, isso significa que, ao entrar em qualquer restaurante, o sancionado será brindado não com um couvert, mas com uma salva de vaias e gritos de “sai daqui!”.
O segundo artigo é ainda mais cruel: “Não haverá mobilidade urbana para quem cair na malha da Lei “Brasilcaramelitsky”. Ou seja, nenhum taxi aceitará as corridas. Os motoristas de táxi farão manobra de fuga e até o motoboy do aplicativo fingirá pane mecânica. O cidadão, portanto, se verá condenado a um eterno caminhar, sob sol de 40 graus, sendo reconhecido em cada esquina.
Já no campo gastronômico, o artigo terceiro estabelece que: “Pedidos de delivery ou entradas em restaurantes feitos pelo sancionado não serão aceitos, sob risco de insurreição popular”. É a primeira lei do mundo capaz de transformar uma pizza em arma política. E, caso ele insista em pedir uma coxinha, o máximo que receberá será uma notificação: “Restaurante indisponível para você”. A lei vale para shows, eventos públicos, e qualquer aparição do sancionado fora da sua residência.
No fundo, a Lei Brasilcaramelitsky não tem nada de burocrática, porque ela é, sobretudo, popular. Não precisa de caneta presidencial nem de tramitação com os canalhas que tentam se blindar no Congresso. Basta a memória coletiva, esse tribunal infalível que não arquiva processos e que funciona em tempo integral. Quando Eduardo voltar, e se voltar, talvez descubra que viver sob sanções populares é bem mais difícil do que enfrentar qualquer bloqueio diplomático dos ‘cara pálida’.
